4 de abril de 2008

O timbre da cor - os "gémeos" Kandinsky e Schönberg

Wassily Kandinsly
Impression III (konzert),1911
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Em 02 de Janeiro de 1911 Wassily Kandinsky, de visita a Munique, assistiu à exibição de várias composições de Arnold Schönberg. Impressionado pela qualidade musical das peças, pintou pouco tempo depois o quadro Impression III (Konzert) reproduzido acima, depois de ter realizado apenas dois esboços. A gravura retrata a tensão entre o amarelo e o preto, que o pintor descreve assim, no ensaio Concerning the Spiritual in Art: “Light yellow [...] on black [...] has such a strong effect that it flies off the background, floats in the air and jumps into the viewers' eyes". “The black piano is the material source of sound, yellow, on the other hand, is the immaterial source. The yellow floods out to the side of the piano, flows downwards in a swinging movement, around the audience, and rises once again to the musicians in the orchestra, and from there finally settles as a round patch in front of the white, slanting columns”.
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Duas semanas após o concerto, Kandinsky e Schönberg estabeleceram contacto entre si, que foi sendo sucessivamente aprofundado, tendo os dois génios criado uma relação de profunda amizade e proximidade, que durou até ao momento consubstanciado pela ruptura retratada na carta transcrita abaixo. Na verdade, ambos se interessavam amplamente por música, pintura e teatro. Mas sobretudo tinham um interesse específico pelo estudo do timbre da cor. Já aqui se falou no tema a propósito da pintura de Gotthard Graubner e da música de Vivaldi, mas agora falamos de estudos mais ou menos científicos de duas figuras contemporâneas (enquanto Vivaldi e Graubner estão separados por mais de trezentos anos) com trabalho publicado que serviu de base a outros estudos científicos. Antes de trabalhar com Schönberg, Kandinsky havia colaborado com o russo Thomas von Hartmann e havia publicado o trabalho Der Gelbe Klang (O Som do Amarelo), que aliá serviu de base para um trabalho exposto no Museu do Chiado, em Lisboa, em 2006.
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Poucas vezes na história da arte existiram, como Kandinsky e Schönberg, dois gémeos tão profícuos.

8 comentários:

Anónimo disse...

À boleia de Kandinsky e Schönberg...

Chegou a hora. Estou pronta!
Gostei muito de te conhecer tio E.

Beijo

E. disse...

Se isto é uma despedida, só conheço uma maneira de a fazer: até já Lucy. Adeus é demasiado tempo. Volta sempre.

Anónimo disse...

Não é uma despedida (sabes que também digo sempre isso? "adeus é muito tempo").

Apenas todo este amor por todo o lado e tudo a fazer-me lembrar quem não devo lembrar-me, sufocou-me e deu-me coragem para entrar em "reabilitação" (não gosto de me sentir sufocada). Mesmo sem saberes ajudaste-me imenso :)

Mas eu volto (ah pois é!!) quando me sentir mais à vontade para lidar com todo este romance por aqui.

Além de que, por incrível que pareça, acreditas que o Kandinsky e o Schönberg já pensam em comprar um bilhete de autocarro para me mandar de volta? (que lata)
Dizem que eu falo demais e não conseguem concentrar-se comigo por perto (não sei de onde tiraram esta ideia).

Até breve

E. disse...

Ok, Lucy, take your time. Mas não há romance nenhum aqui. Bale?

Anónimo disse...

Eu estava a referir-me ao romance que se respira neste blog e não um romance entre pessoas.

E. disse...

ops! o seu a seu dono, fica feita a rectificação!

Blog Emendando. disse...

amigo, por favor, vc poderia me dizer da onde vc tirou esse texto? Seria perfeito para eu usar num trabalho meu, mas só posso usar se eu souber a fonte verdadeira.... :(

vc sabe daonde é?? alguém sabe?

Blog Emendando. disse...

nossa, eu to zonza de tanto q eu to correndo e nem vi q vc citou no texto da onde vc tirou ele....hehehe foi mal! obrigada!