18 de julho de 2008

Ventosul

Cinjo o tronco de uma árvore
como cingi a tua cintura
contornando-o com o braço
e acariciando-o com bravura
Uma mão
traçando um percurso de nómada
em extinção
expressando ao longo da nervura
O mais genuíno e luminoso
desejo de sedentarização.
Estás ausente deste gesto
finges não perceber
o conteúdo silencioso
talvez orgulhoso
das palavras que não profiro
porque [sei] intuis o meu silêncio
e compreendes as cores garridas
do florido que nele subsiste.

Safe decisions in my bed
é o verso da estrofe resiliente
persistente
nesta manhã
de ventosul exultante
e música minimalista.
Irreconhecível assim,
a luminosidade transparente
com que sinto alegria nascente
nas lágrimas que verteste
vazando nas montanhas,
fendendo abismos e vales, a água
que encheu lagos, rios
e a fresta de uma fonte.

2 comentários:

Anónimo disse...

Humm...gosto!

Anónimo disse...

Como é possível dizeres tão bem aqui, o que a tua alma mente.

Estará longo o percurso, mas digo-te não há resiliência, não há quietude, não há lucidez que possa com uma só migalha quando o amor expoldir.

No entanto não só entendo, como prometo nunca censurar as tuas ecolhas.T