25 de julho de 2011

Extravagância ou estranha ânsia


Sai-me uma voz, a minha voz
literal
ao caminho
abrindo-me a vereda de um poema
estreito
ocultando-me a via da melancolia.

Fogem-me as palavras para a ironia
forma insensata de ressentimento
revestido de poesia
Despeitada literatura
oferecida em penhor de sentimento
através de uma janela entreaberta
batida pelo brilho de um olhar

Sob a incandescência da luz solar
Viaja levemente minha alma
em torno de uma ausência
voando
em círculos sobre os [esc]ombros
do presente

Sai-me uma voz, a minha voz
literal
ao caminho
não me chega o teu rumor ausente
o eco da tua voz
um colossal desencontro

Na noite
é uma nota dissonante.