22 de outubro de 2008

Au bord de l'eau

Ecoute-moi
Si tu as le soin de prendre ton poids
Toute l’infinitude de ton poids réel
Et not pas celui masqué par ton amertume de gamin
Ou de petit oiseau sans ailes.
Si tu le fais, tu le verras

par toi-même
peut-être ce chemin fleuri
donc tu le cherches

et par lequel tu désespères.
Ecoute-moi, je me confesse devant toi
Je n’en sais rien, je n´en sais vraiment rien
Et je ne te connais plus
si cas il l’est que je t’ai aucune fois connu.
Regarde-toi ce qu’importe vraiment
Le soleil qui brille
Et la mer bleue qu'est toujours là chaque matin
Tout aussi comme les paumiers

ancrés au sable
indifférents
à ce qui se passe
au delá des bords de l’eau.

3 comentários:

Anónimo disse...

Talvez os poetas tenham um peso atómico diferente dos outros, os seus núcleos de hidrogénio estejam com cargas mais belas nas esferas internas, e as energias sejam sempre ondulatórias, em comprimentos de onda sem fórmulas nada definidas. Embore eu goste de fórmulas, têm muitas vezes a sua peculiar poesia.

E talvez não. Mas gosto de os imaginar assim(aos poetas).T.

E. disse...

Peso atómico diferente? Gente, portanto pouco recomendável esses poetas. Serão radioactivos? Fora de brincadeiras, a poesia não tem nada de diferente de qualquer outra arte, para além do facto de quem a escreve ter mais ou menos talento em determinado estilo. Em todo o caso, o peso atómico de cada verso mede-se muito (depende mesmo muito) da densidade de quem o lê, mais até do que quem o escreve.

Anónimo disse...

VIOLONCELO
Chorai, arcadas
Do violoncelo,
Convulsionadas.
Pontes aladas
De pesadelo...

De que esvoaçam,
Brancos, os arcos.
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio os barcos.

Fundas, soluçam
Caudais de choro.
Que ruínas, ouçam...
Se se debruçam,
Que sorvedouro!

Lívidos astros,
Soidões lacustres...
Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!

Urnas quebradas.
Blocos de gelo!
Chorai, arcadas
Do violoncelo,
Despedaçadas...

Camilo Pessanha