29 de abril de 2011

Há algumas noites, enquanto me olhava ao espelho a decifrar os traços da vida a que os mais pessimistas convencionaram chamar rugas, a minha memória revisitou um velho poema de Luís Amorim de Sousa:

dizia Lindsay Anderson
voltando-se para o seu Hamlet
: nada permanece
you know?

Um leve estremecimento percorreu-me, ao mesmo tempo que o silêncio se instalou entre cada sílaba das palavras que pensei sem dizer, que não fui capaz de dizer, dizendo-as na mesma. Estranho sentimento este o de nos ouvirmos e sentir que ninguém ouve o que dizemos sem dizer ou duvida do que dissemos sem dizer.
Que fazer?

Mudar
de pele
.

1 comentário:

Anónimo disse...

tudo se transforma. ..

Afinal de contas, o coração é o único que não tem rugas.