14 de março de 2008

Fevereiro 2005, Sucumbência de uma manhã

Dizia-te da terra

Mas a terra...
Sem surpresa,
teimava em terminar junto ao mar
na rebentação matinal
preenchida pelo aroma de pescarias
das traineras de cores garridas
brilhando ao Sol.

Falava-te também, nessas horas,
do Sul, dos mistérios de todas as terras
e dos mares banhados com a essência de lugares remotos
nunca esquecidos
que adivinhavamos ao luar.

Ou
falava-te antes de lugar algum
egoisticamente apenas de mim
Mas queria no fundo que me falasses de ti
porque precisava de sucumbir às tuas palavras.

4 comentários:

Anónimo disse...

Dizia-te do colo do meu avô
Dos cheiros, das cores do meu avô
Dizia-te da magia do Sul
Dos segredos da maresia
Enquanto te pedia o teu colo
Enquanto te escondia o segredo de precisar do teu colo

E. disse...

Tempos simples, leves
conjugados com o minimalismo
de um pretérito imperfeito

Bom poema.

Anónimo disse...

Vindo de um poeta é um grande elogio!
Obrigada

E. disse...

Em bom rigor não, porque http://aqui-nao-ha-poeta.blogspot.com/