por Rainer Maria Rilke
Um dia
num dia quente de Verão
enquanto as libelinhas dançavam
rodopiando sobre violetas violeta
junto à fonte
sob o zumbido constante das abelhas e dos moscardos,
e as mulheres da aldeia
lavavam a roupa no riacho
batendo as peças nas pedras gastas
do passadiço alagadiço.
Um dia,
num dia quente de Verão,
enquantos as libelinhas dançavam,
as violetas falavam-me da minha amada
e a sua memória já só me chegava
avivada por vagas
provenientes de ecos distantes
sem cor nem cheiro,
num dia quente de Verão
enquanto as libelinhas dançavam
rodopiando sobre violetas violeta
junto à fonte
sob o zumbido constante das abelhas e dos moscardos,
e as mulheres da aldeia
lavavam a roupa no riacho
batendo as peças nas pedras gastas
do passadiço alagadiço.
Um dia,
num dia quente de Verão,
enquantos as libelinhas dançavam,
as violetas falavam-me da minha amada
e a sua memória já só me chegava
avivada por vagas
provenientes de ecos distantes
sem cor nem cheiro,
.
Eu perguntava insistentemente "onde estás"?
2 comentários:
Não sei porque gostam as pessoas de apagar memórias. Só as torna mais ocas e menos felizes. Sou como tu, guardo cada palavra e olhar ainda que fugidio pela absoluta incapacidade de esquecer.
Sei que a tua amada ecoará sempre em ecos distantes ou mais perto, consoante a chama devastadora do mar te invadir. E invade E., e é isso que te torna mais belo. T
T, não procuro esquecer nada do que se passa ou passou na minha vida. Isso só deve aconecer nos pesadelos de criança. A vida é composta de cada fragmento, certo? Evidentemente, com o tempo temos outra visão de tudo. Um episódio importante em criança tem agora outra dimensão. Acho que amadurecer é isso.
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