6 de março de 2008



Noite

Oiço-te a escrever
Ainda.
Nos limites obscuros da minha transparência
és a face oculta da minha existência
o nome da minha escrita.
Negra noite
hoje o mais belo momento, os teus cabelos,
o perfume.

Posso passar o resto desta noite sem escrever
e sem tristeza, discorrendo sobre ti,
vestindo o brilho negro que me preenche.
Oiço-te a escrever
enquanto o vento abana a árvore lá fora
nesta noite negra, brilhante.

"Onde estás?"
"- Estou bem."

4 comentários:

Anónimo disse...

Dia
Ouço as palavras a voar
Ainda.
Com elas o sopro da minha espera
não tem nome a minha escrita.
Claro dia
Podia passar outro dia
sem ter nome a minha escrita

"Onde estás?"
"- A escrever."

Anónimo disse...

Conduzir e ouvir música - um dos meus pequenos prazeres. Ridículo, eu sei. Mas eu gosto.

E. disse...

Bom poema, anónimo(a).

Lucy, não há nada de ridículo nesse pequeno prazer. Uma estrada e uma boa música são por vezes o melhor de determinados dias, sem qualquer tipo de conotação catártica (que por vezes também tem).

Anónimo disse...

Obrigada.
AnónimA