23 de junho de 2008

A intelectualidade tornou-se sufocante. Porventura demasiado palpável até. Podemos amar o amor. Poderemos verdadeiramente amar o amor? Que importa. Talvez, mas não assim, porventura, às palavras que o ilustram. Falta-lhes o gosto, o cheiro, a textura, uma dureza própria, a despeito de poderem ser dolorosamente duras - perdeste-te nas palavras! - dirá o amante ferido e é nisso que se torna difícil o encontro de uma paz.
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Deixamos palavras brilhando
para as reconhecermos em cada esquina
e depois escorregarmos nelas
como se untadas em gordura

6 comentários:

Anónimo disse...

Escorregar é bom.
Escorregar significa voltar a levantar. E de cada vez que nos levantamos, aprendemos algo novo. E cada vez que aprendemos algo novo, crescemos.

Se podemos amar o amor?!
Para amar temos que estar dispostos e preparados para amar. Para estarmos dispostos e preparados para amar, primeiro temos que nos amar a nós próprios. E isso sim é que é difícil.

(hoje estou tão lógica... peço desculpa, mas a matemática corre-me nas veias)

Mas um dia isso acontece.
E nesse dia deixamos de ter necessidade de gritar aos ventos que amamos, numa tentativa de nos enganarmos a nós próprios (em primeiro lugar) e aos outros, e passamos apenas a sentir porque sabemos que é o suficiente.

Anónimo disse...

Se dissesse o que me apetecia acerca deste post diria: que disparate!

CCF disse...

Todos nós amamos o amor, é qualquer coisa que nos atravessa como um bem, ou como uma doença, ou as duas coisas.
~CC~

Anónimo disse...

Por onde andas parceira de blog?

Anónimo disse...

Aqui estou de volta, Lucy, depois de passear o perfume da ciência do norte nas brumas de Matosinhos e do Porto.

Todos amamos a imagem que o amor nos reflecte de nós. Nem todos amamos essa vertigem que se adensa e nos cobre como um manto.Ou somos momentâneamente incapazes...

Mas há rasgos, há fendas que nos rebentam como ganadras e o alvoroço dos estilhaços é apenas o bálsamo menor.

Concordo com E., as palavras carregam um peso e uma densidade positivista nem sempre benéfica ao fluir da emoção.

Por outro lado, só as palavras podem caminhar e voar pelo tempo e voltar a juntar os pedaços que perdemos nos labirintos da im(coincidência). Do desajuste, e anos mais tarde, estabelendo pontes insuspeitas, as palavras conseguirão baixar a guarda dos muros mais agrestes.

Já me aconteceu, e ainda hoje escrevo, e sinto que escrevemos para um futuro que não sei se virá, mas apenas lá chegarei, se agora souber esperar, esperar pela quietude, pelo tempo das palavras como O'Neill, com bocas no mesmo sentido.T

Anónimo disse...

Já sentia a falta da tua calma T :)

Sem ti resta apenas a minha tempestuosidade e isto fica muito desequilibrado. Sabes? isso é outra coisa que espero do meu príncipe encantado - que seja o meu oposto.

:D
Isto, assim de repente, parece uma declaração de amor.