Vinha há pouco a pensar nisso. Não foi apenas a minha vontade que me fez ir ao seu encontro, mas também a minha falta de vontade, a minha crónica indecisão. Mas o certo é que mesmo no silêncio daquela tarde fui capaz de encontrar a sua voz apaziguadora, confortável e sincera. No seu rosto, no seu olhar, um sorriso capaz de suportar o mundo e iluminar o recôndito mais remoto da minha alma. Conseguiu, facilmente, encontrar formas de entrar em mim, profundamente dentro de mim, na minha infinita dimensão temporal. E ocupar um espaço tremendamente vazio cuja existência eu próprio desconhecia. Limpar o meu passado, o meu presente e apontar-me um futuro. Ainda que nesse instante eu não o tivesse de imediato entendido.
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