
Mas há mais, muito mais: "O Decálogo" e "Três Cores: Azul", por exemplo. Em todas as obras, mas sobretudo no "Azul", a banda sonora de Preisner é parte instrínseca da obra de Kieslowski, embala o espectador, ganha intemporalidade. Os sentimentos das personagens e a história acompanham toda a banda sonora; uns e outros são sempre muito intensos, quase em demasia, mas nunca se roça, sequer, o mau gosto ou a vulgaridade. Antes pelo contrário. Em Kieslowski isso é muito raro.
"Azul" é uma obra densa, de recolhimento, de vida, de morte, de pós-morte, da serenidade encarcerada no acto interior do perdão. É uma obra centrada nos momento cruciais da vida, (nascimento, morte...), no seu questionamento, na sua instantaneidade, prolongamento, banalidade até. E há ainda Juliette Binoche, talvez no melhor papel da sua vida.
Os últimos sete minutos do filme, onde se perpetuam e confundem as cores singulares de Binoche, Kieslowski e Preisner.
Bleu, 1993, de Krzysztof Kieslowski, com Juliette Binoche e Benoit Regent
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