Irresistível convite. A meio da semana, um oásis nocturno. Uma fugida ao Colombo para inauguração e espreitadela à exposição de fotografia de António Barreto “Ponto de Vista – Portugal, Um Retrato Social”, que espelha o contraste e contradição entre diferentes partes de Portugal, enquadrada na comemoração do décimo aniversário da FNAC em Portugal. Em seguida, uma ida ao Coliseu para ver e ouvir a Orquestra Sinfónica da Rádio Nacional Ucraniana e respectivo coro, ambos dirigidos sob a batuta do maestro Volodymir Sheiko, em boa interpretação de Carmina Burana, de Carl Orff. Surpresa inesperada e não antecipada: a abertura da primeira parte do recital com a Nona (e última) Sinfonia de Beethoven. Enquanto isso, no Alvalade XXI, outra sinfonia em curso, sob a batuta do maestro Purovic. Há quem não acredite em dias perfeitos, pero que los hay.
Uma curiosidade: a estreia da Nona Sinfonia, no Teatro da Corte Imperial de Veneza em 1824, gerou enorme expectativa: ninguém queria perder a apresentação da sinfonia, que podia constituir a última apresentação pública de Beethoven, como sucedeu, pois nos três anos seguintes, até à sua morte, o compositor permaneceu em casa padecendo de várias doenças. O recital atingiu em pleno todas as expectativas. No final do concerto, Beethoven subiu para a plataforma de costas para o público e estava tão surdo que a solista terá tido que lhe indicar que desse a volta e assim visse o público, que o brindava com um caloroso aplauso.
2 comentários:
Que Podemos amar que não seja uma sombra?
Hoderlin in O Sul, de Adelaida Garcia Morales.
Talvez inspirada pelas sombras del Rocio, também tive saudades de dias perfeitos. Tenho saudades do futuro. A Nona, a sabedoria, os amigos e livros apaziaguam o presente. E trarão seguramente dias, partilha e com merecimento mais dias perfeitos. T
Que podemos amar que não seja uma sombra? Talvez pudesse dar mil exemplos. Pessoas, ideias, conceitos, músicas, livros. Sabes isso, claro. Confesso a minha ignorância, mas nada sei sobre esse Sul de Adelaida Morales. Obviamente, estou espicaçado, é o meu ponto cardeal de eleição, quanto mais não seja, porque caminhando sempre para Sul posso chegar ao Norte. Se o inverso também é verdadeiro? Pode ser que sim, mas eu prefiro o Caminho do Sul. Tem outro (en)canto.
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