12 de fevereiro de 2016

Ao vento [poema de retalhos]

ao vento


um coração ecoa
palavras sussurradas de um poema triste

ao vento

a lua brilha ao recolher de um dia
no silêncio da noite

giram sonhos
sorrisos refletidos nas estrelas

ao vento

embalam-se cumplicidades entre
o luar prateado e os sentidos

baloiçam em surdina
versos por acabar no firmamento

ao vento

mil palavras por dizer
instantes irrepetíveis.

ao vento

os dias sucedem-se
como as estações na cerejeira

ao vento

o silêncio
só um fim e nunca um começo

ao vento

como numa prece,
despertamos com a percepção 

que o sismo que para sempre
nos desmoronaria  o coração

nos enche o peito de vida
em torrente de emoção

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