Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.
(Maria Teresa Horta)
2 comentários:
Great look!
Quase parece mais difícil perder o que nunca se teve do que perder o que se afagou...
(H)Ouve dias
A alma flutuava nas searas
O vento não conhecia África
E o calor vinha de dentro
Sem palavras
Dias de estremecimento
Com ervas cor sem
Pedras
Afaga a terra
Que te perdeu
Um dia
Verdade caro (a) anónimo (a). Permita-me colocar um parêntesis na ambiguidade do seu poema diletante.
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