É esta a pergunta que fica sem resposta depois de "Filme Socialismo" de Jean-Luc Godard. O que mudou é que os canalhas são sinceros, segundo o próprio. A Europa numa encruzilhada, que pode sair cara, à beira da catástrofe, representada a bordo de um navio cheio de canalhas e uma família às avessas, em cruzeiro pelo Mediterrâneo. Road movie? Nem por isso, mas entre imagens retorcidas e virais, fracassos e frustrações humanas, descobre-se que "nos humanités", maxime a liberdade, custam muito, mas mesmo muito, caro. Godard, agora nómada, vira a trajectória do seu cinema para a profecia através do socialismo da imagem?
Destaque ainda para a banda sonora, onde se destacam Dalida (na versão francesa "Que sont devenues les fleurs?" a partir do original de Pete Seeger)", Anouar Brahem ou a israelita Betty Olivero, entre outros, numa perfeita fusão de culturas mediterrânicas que se encaixa, na perfeição, no filme.