(e depois do pano cair)
.
Tu não entendeste
a importância de um corpo metamorfoseado
em silêncio a cada grito calado
no reflexo dos amanheceres calcários da cidade
.
Tu não entendeste
a relevância de cada percurso nómada
ou o contorno longínquo dos sopés
irrigados de orvalho e geada em deriva lenta
.
Tu desdenhaste
os meus amanheceres imperfeitos
à beira de um rio imaginário
sem atenderes ao movimento dos meus lábios
.
Tu
somente as esquinas maquilhadas
das avenidas do mundo
2 comentários:
O pano sempre cai...
A máscara quando usada muito tempo,
torna-se face...
José Quidácio
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