28 de setembro de 2009

Cai o pano

(e depois do pano cair)
.
Tu não entendeste
a importância de um corpo metamorfoseado
em silêncio a cada grito calado
no reflexo dos amanheceres calcários da cidade

.
Tu não entendeste
a relevância de cada percurso nómada
ou o contorno longínquo dos sopés
irrigados de orvalho e geada em deriva lenta

.
Tu desdenhaste
os meus amanheceres imperfeitos
à beira de um rio imaginário
sem atenderes ao movimento dos meus lábios
.
Tu
somente as esquinas maquilhadas

das avenidas do mundo

2 comentários:

Anónimo disse...

O pano sempre cai...

Anónimo disse...

A máscara quando usada muito tempo,
torna-se face...

José Quidácio