21 de dezembro de 2008

Que la nuit te soit douce
Je suis la
pour egayer ce nuit
ce soirée
ou on mange [pour] une vie
si tu veuilles m' entendre
et laisser ce silence si amer
Je veut te chanter
encore une fois
une fois de plus
ma musique
et bouleverser ton coeur
balayé par la pluie.
Que la nuit te soit douce
ce nuit de silence sans fin
dans laquelle les hommes
sont tranquilles dans leus danse.

19 de dezembro de 2008

Para Yann Elliès

Para Yann Elliès (a salvo desde 20 de Dezembro e sob os cuidados da marinha australiana), um Aventureiro dos mares do Grande Sul, que fazia uma volta ao mundo em solitário a bordo do Generali, 750 milhas a Sul da terra mais próxima, quando quebrou o fémur esquerdo. São os ossos do ofício e uma parte da paixão.



Imagens transmitidas por Marc Guillemot, Safran

18 de dezembro de 2008

In tempus praesens: Bach encontra Gubaídulina

Anne-Sophie Mutter volta ao estúdio com os Solistas de Trondheim depois da gravação do concerto das Quatro Estações. E novamente, também agora não se limita apenas a tocar Bach, na medida em que a sua predilecção é a música contemporânea. Por isso, dado que Sofia Gubaidulina, uma das mais destacadas compositoras da actualidade compôs recentemente um concerto - In tempus praesens - e dedicou-o a Anne-Sophie Mutter, esta aproveitou a ocasião e repetiu um sucesso já experimentado com o concerto das Quatro Estações de Vivaldi, onde junta os solistas de Trondheim e a London Symphony Orchestra sob a regência do russo Valery Gergiev, contrapondo a contemporaneidade de Gubaidulina aos dois concertos para violino e orquestra de cordas de Joahnn Sebastian Bach.
Há quem se divida quanto ao resultado, mas num aspecto não há duas opiniões divergentes: Anne-Sophie Mutter é exímia na sua arte de encantar enquanto dedilha o violino. Imprescindível portanto neste Natal (da Deutsche Grammophon).



Mutter cresceu bastante. As noções musicais que agora fluem não são apenas de uma intérprete perfeita e rigorosa, mas de alguém que tem a flexibilidade para perceber que da forma como dedilha o violino o mundo pode mudar se o fizer com a alma que percebeu que tem. Bach torna-se muito mais rico do que alguma vez o foi na musicalidade e o concerto de Gubaidulina é vibrante nas mãos de Mutter, desde a primeira nota, que antecede um curto solo de violino, magnificamente interpretado, quase como um pedido de alguém que não consegue respirar e precisa de o fazer. Está dado o mote e os solistas de Trondheim são por sua vez contagiados pela energia de Mutter. Uma nota apenas: não há concessões musicais ao barroco nestas peças: a musicalidade é toda contemporânea.

C. Simic revisited


Virava uma página
uma após outra
uma de cada vez
em silêncio
mas eu conseguia ouvi-lo a virar as páginas
na sala ao lado
banhadas pela luminosidade amarelada
do candeeiro de latão instalado junto à janela
Por vezes dormitava
mas a cabeça nunca pendia
nem os olhos soçobravam na atenção
o avô
mesmo sem ler
parecia que percorria também o meu livro
porque ao deitar me falava dos personagens das minhas histórias
Este inverno trouxe-me os seus cem anos
e a memória do seu perfume de mar
arde
em cada lenho que
melancolicamente
atiro para o fogão.

15 de dezembro de 2008

O Met na rádio

O Metropolitan de Nova Iorque comemora, este ano, o seu 125º aniversário. Fundado em 1883, é o maior centro de espectáculos dos EUA. Sendo uma das primeiras companhias de ópera, atrai muitos dos mais famosos e prestigiados artistas de todo o mundo. A Temporada regular do Met é de Setembro ao início de Maio, incluindo concertos no Carnegie Hall e no Lincoln Center, bem como digressões e concertos de Verão nos parques de Nova Iorque e Nova Jersey. Uma das mais importantes missões do Met tem sido a transmissão em directo na rádio aos sábados à tarde para mais de 300 rádios nos EUA, e para 40 países nos cinco continentes. Para a Europa, através da União Europeia de Radiodifusão (UER), com a qual a Antena 2 transmite em directo a temporada de 2008/2009.

10 de dezembro de 2008

Eco-chick, dress responsibly

Sustainable Style Foundation

Até há pouco tempo o consumismo/moda estavam associados ao desperdício e ao desnecessário consumo de recursos naturais das fases a montante ou a juzante à compra, ao uso e ao dejecto do objecto consumido, quantas vezes deitado fora apenas porque deixou de estar na moda, ou de ser cool. Sendo uma verdade, o certo é que os blogs de cariz ambiental que abordavam criticamente o tema centravam-se em dicas que não resultavam mais do que de meras regras de senso-comum, muitas das vezes desprovidas de sentido prático. Mas desta vez o Eco-chick associou-se a especialistas do sector, juntou massa cinzenta do mundo da moda e do tecido produtivo, com o patrocínio do Banco Mundial e o resultado é francamente espantoso. A responsabilização do consumidor (e não apenas do produtor) permite uma criação de variedade e padrão estético muito para além do meramente aceitável.

Por isso, pela importância do tema, não se trata apenas de um site de eco-geeks, de uma moda passageira proveniente de gente com ideias fundamentalistas. Trata-se de algo que diz respeito a todos, tem que ver com a própria cultura social de cada um, no fundo, com o próprio carácter do indivíduo. O que, sem ser uma novidade argumentativa, não deixa de constituir uma inovação num sector tido como retrógado e averso à mudança até agora.

For too long environmental blogs have catered to men and moms. It was either diatribes about peak oil or recipes on how to make organic baby food. When all the rest of us want to know is: Where can I get a fair trade spanking paddle?
Eco Chick can fill you in!

The blogteam at Eco-chick includes a model who has a degree in entomology, an alternative health freak who’s used herself as a guinea pig, a science nerd, a news junkie and a London-based expat; the site is run and hosted by an anarchist webmaster. Today’s chicks want to know what’s going on, and want to laugh. Eco Chick agrees.

While we have a woman’s perspective, all are welcome to contribute, comment and create. It’s a simple principle; every object has a life cycle, whether it be a bar of soap, a take-out container, an energy bar, a pair of shoes or a loveseat. It was somewhere before you got it, and it will go somewhere else when you’re done or gone. Just because you can’t see it before or after you buy it/use it/eat it/love it doesn’t mean you’re not responsible for it. We’ll show you how to find the things you love, and keep you updated on what’s going on in that great green world.

Foyer aberto no São Carlos



Concertos ao Almoço


ENTRADA LIVRE (sempre às 13h00)

No sentido de celebrar a quadra natalícia, o São Carlos apresenta um ciclo de concertos de câmara, à hora do almoço, com entrada livre.


PROGRAMAÇÃO:


9.Dezembro - Camerata Vianna da Motta
J.S.Bach, 3º Concerto Brandeburguês
Heitor Villa-Lobos, Ária da Bachiana nº5

10.Dezembro - Quarteto Vianna da Motta
W.A.Mozart, Divertimento em Fá M
Anton Webern, Langsamer Satz
11.Dezembro - Camerata Vianna da Motta
Antonio Vivaldi, das 4 Estações: "O Verão", "O Inverno"

12.Dezembro - Camerata Vianna da Motta
Bela Bartok, Danças Romenas
Joly Braga Santos, Nocturno
Benjamin Britten, Simple Symphonie

13.Dezembro - Camerata Vianna da Motta
A.Corelli, Concerto per la Notte di Natale
Autores Vários, Canções de Natal


W.A. Mozart, Quartet in F major KV370 - 3º mov.

5 de dezembro de 2008

4 de dezembro de 2008

Eléctrico Azul ou também [anonymus]

O eléctrico percorre
com uma lentidão suave
e encantatória
a encosta da montanha
azul
enquanto o sol brilha nas vidraças
e me entorpece.
O calor momentâneo reconforta-me
e faz-me sentir uma imensa saudade de
...
Nas vidraças sucedem-se as
imagens
tremidas da tua
[digamos]
ausência
sentida como um fogo
ateado su
bi
tamente
que me consome
as entranhas e mais nada
Prendo-me no sussurro sossegado
do teu rumor
A minha alma inteiramente coincidente
com o declive acentuado do presente
na montanha azul
de rosto humano

Os meus dedos [com mil raios]
Sempre [eles] escorregam na face vidrada
da
janela
acariando o reflexo liso do reflexo do teu rosto
os teus cabelos
a tua pele

Podia por uma única vez
Chamar-te

[não me ouves e ainda assim:]
avisto-te
o teu corpo inteiro
o teu sorriso lindo
sober
bo
Apeio-me no cimo
chamo-me à Razão
e volto a embarcar com a passagem na mão
Com destino [in]certo.
Nada, De Carmen Laforet

3 de dezembro de 2008

O Albatroz de Santa Helena

Como uma criança
um deus menor de olhos azuis
plana sobre o mar
em vôos circulares
batendo as asas na contraluz do azul celeste
enquanto a espuma das vagas se ergue
branca
ao seu encontro.
Oiço, nesses momentos de êxtase
distintantemente no meio das vagas
um canto
de encanto
ressoando
que me aponta
sempre
o inevitável caminho do Sul.