Nunca falo de noite
nunca tenho alucinações
pesadelos
ou sonhos inquietantes
não sei de que matéria
se alimenta
o meu sono
No entrançado
dos meus sentidos
Não construo cenários
nem faço vigílias
A idade, esse monstro
que nos transforma
não me faz gravitar outras realidades
É essa a verdade
astrológica
a minha dança imóvel
a minha realidade pulmonar
alveolar
A claridade atómica coada por um copo cheio
sobre o qual se fecham os meus lábios sedentos
de uma ponta de cigarro
- Que têm contra os cigarros?
Mas dizia
a claridade atómica das palavras
despoletada por reações em cadeia
excessos vocais
sinais
terminais
coisas nominais
que com a luz se ocultam em águas providenciais
pela manhã cristalizam num rosto
encimado por um diadema precioso
Sorri
-me :-)
Acordo.
O mundo flutua
Et
cetera
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