31 de julho de 2012
21 de julho de 2012
16 de julho de 2012
Quo Vadis Europa II
Há pouco mais de um ano escrevíamos neste blog sobre "Filme Socialismo" de Jean-Luc Godard, poucas semanas após o seu lançamento entre nós. Sobre a metáfora da Europa ali representada por varias famílias de línguas diversas, à deriva por locais icónicos (irónicos?) como o Egito, a Palestina, Odessa, ou a Grécia, num luxuoso cruzeiro a bordo de um paquete.
Os valores da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade questionados nas entranhas do navio onde o cruzeiro se desenrola, que não é outro senão, premonitoriamente(?), o Costa Concordia, naufragado meses depois da estreia do filme de Godard.
Desde então, à rotineira situação da Palestina juntou-se, surpreendentemente, o Egito. E depois, aos pouco, por motivos diferentes, a Europa, em torrente depressiva. A mesma Europa que no filme anda à deriva sob o slogan "La liberté coûte cher". A Europa multicultural representada até na banda sonora escolhida - que se consome entre os atentados de Oslo e as provações dos que tentam aportar às suas praia através do Mediterrâneo -, sem líder e sem timoneiro, como o navio sem Schettino, à mercê dos escolhos, à vista de terra, naufragando enfim sob o impávido e enganado olhar de quem se julga ao abrigo do naufrágio, por estar em solo firme, na praia de Giglio ou num gabinete climatizado em Berlim.
A Europa, toda a Europa, representada num filme que, depois de 2011, relança como nenhum outro a questão que titula este post: "Quo Vadis, Europa?". Quanto custa a tua liberdade, a tua igualdade, a tua fraternidade, nos tempos que correm, com os governantes que tens?
8 de julho de 2012
Parece que ficamos por aqui...
... e ainda ontem Florentino Ariza ia iniciar o seu vaivém rio acima e rio abaixo. E nenhum coração era demasiado frágil para sobreviver a cem anos de solidão ou a um amor em tempo de cólera. Ainda há pouco, sessenta anos à espera de um amor pareciam sensatos. Razoáveis até, graças a Gabriel Garcia Marquez. E desde então a literatura do realismo sul americano legou-nos a dimensão interminável do amor que algumas películas mexicanas retrataram. A utopia de mão dada com o realismo, do amor, da vida, da literatura. Ninguém viverá para "contarla",mas provavelmente não é preciso, pois não?
Um triste folhetim, este da suposta demência do Nobel. Que importa? Até Garcia Marquez é mortal e mesmo o vaivém da literatura, como o da vida tem um fim. Nesta fase da vida de Gabo, o seu Outono do Patriarca, mais do que discutir o estado do homem importa a obra no seu conjunto. Importa por isso que fiquemos por aqui no mais que extravase esse campo. Não é o fim, mas por agora e provavelmente para sempre, é tudo.
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