13 de julho de 2009


Não tenho mais ninguém em quem pensar
Sempre que faço amor:
fico nervosa
não sei
mas esta boca sabe-me a uma boca estranha
Am I crazy?
Penso nos teus lábios [sem os tocar] há uma eternidade
Am I crazy?
Não tenho mais ninguém em quem pensar
Esta língua parece-me acre
Mas é apenas impressão minha
Tenho a certeza

I am not crazy

Os meus seios não mentem
Sonho com o teu pescoço sem par
Estas sombras no alpendre

oscilando soltas ao vento
inquietam-me como fantasmas do passado
dançando sob a luz trémula de uma vela
Am I crazy?

Wagner?
Intermezzo.
Mauvaise chance?
Wrong choice.

Consuelo Jímenez fechou a porta do seu luxuoso apartamento, certificou-se que ficara bem trancada e dirigiu-se para o elevador. Este estava ocupado, pelo que aguardou no patamar. Trinta segundos depois as portas abriram-se em par, permitindo o acesso ao interior, onde um homem bem parecido, mais novo, de roupa desportiva e barba de dois dias, a cumprimentou com um sorriso largo. Hesitou, mas decidiu entrar no espaço exíguo, sem contemplar as feições do desconhecido.

3 comentários:

Anónimo disse...

"Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo"

Não fui eu que disse, foi a Sophia

Anónimo disse...

Fantástico! :)

CCF disse...

A narrativa novamente...pontuada pela poesia e pela música.
~CC~