Há coincidências que não lembram ao próprio diabo. No dia 20 de Fevereiro, sem me ter predisposto a isso, mas apenas porque o pensamento le levou para aí, escrevi um post dedicado a Mano Dayak, o tuaregue que lutou pelo reconhecimento dos direito do seu povo. Não maliano ou do Níger, mas tuaregue, que é uma nação própria, de gente nómada e livre do deserto, porventura o povo com o espírito mais livre do mundo. Mano Dayak, para além de ter estudado na Sorbonne e de ter lutado pelos direitos do seu povo, foi igualmente um conhecido guia de homens, sempre ansioso por dar a conhecer os costumes e hábitos dos seus, tendo para isso fundado uma empresa de viagens e excursões de aventura na África sahariana. Pela sua mão, homens como Thierry Sabine e José Megre conheceram o interior profundo do deserto e levaram a sua paixão ao extremo de eles próprios levarem consigo outros aventureiros. José Mégre conheceu Mano numa viagem ao Téneré e manteve uma amizade próxima com este, que durou até à morte do tuaregue, num acidente de avião. Foi por acompanhar as viagens e expedições de José Megre com uma certa regularidade, que me interessei por Mano Dayak e pela causa tuaregue, pela qual nutri e nutro uma grande simpatia.
Mas dizia que há coincidências: nunca o tinha feito, nem sabia que havia, mas esta manhã encontrei por casualidade a homepage de José Megre, quando procurava uma informação sobre a cordilheira do Atlas, porta de entrada no deserto marroquino. E na entrada, a notícia de que José Megre faleceu em 21 de Fevereiro último, ou seja, na madrugada seguinte à noite em que escrevi o post sobre Mano Dayak. Obviamente, outra coincidência: exactamente 25 anos depois da morte do meu avô. Quando parte a próxima caravana para Tombuctu?
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