25 de junho de 2025

Azul


Céu azul, céu de cinza, 
Um horizonte que a vista não alcança. 
Onde a cor se esbate, e só a alma chega, 
Numa dança fluída de suave esperança. 

Indiferente, um mar em pensamento, 
Onde o vento sopra, sem forma ou lugar. 
Aves deslizam lentamente 
em silêncio, cruzam o ar. 

Na maré vaza, entre a erva espreita, 
um quadro de vida a brotar 
A calma de uma manhã perfeita, 
E a leveza de se ser, de apenas estar.

3 de março de 2025

Fajã Poente



Chão vivo
Sopro de vento
o Mar
vira-me o rosto

extensões sombrias de luz
vulcões desassombrados
Nietzsche vocifera 
retorno
                                                                         ativo
                   

16 de fevereiro de 2025

Silêncio

Todos os dias faço uma idade
não digo a ninguém
Não falo
aspiro o ar sibilante
de cristais de diamante

Noite fora, fria e nua
Levanta-se a lua
toco nas estrelas
desfio enredos planetários
grito ao vento da rua

Desperto
alguém que é alguém
dedos em laço
um organismo de sonho
estremeço. Floresço