Bosque de bétulas, G. Klimt, Viena, 1902
Não é ainda o Outono. É um céu azul que pressentimos efémero, uma leve cinza a elevar-se ao longe, diluindo o horizonte, o verde das folhas das bétulas e o das das árvores vizinhas, a seiva a abrandar dentro dos troncos. A promessa da água que há-de vir antes de, de novo, a luz raiar, ainda uma luz de Verão, mas agora filtrada e sem pressas, o calor apaziguado. Por instantes pensamos que ao mundo é possível devolver uma ordem, um equilíbrio, enfim, dar-lhe um nome que não tropece nas suas próprias sílabas.