3 de março de 2011

A morte do cisne


Há instantes recebi o link acima, da prestação de um concorrente num concurso brasileiro onde este reencarna a coreografia a solo de "A morte do Cisne", de Michel Fokine para Anna Pavlova. Apesar de ter assistido às prestações de Maya Plisetskaya e de uma recente reencarnação da coreografia por Elena Glurdjidz para Karl Lagerfeld no centenário da “Ballets Russes” de Serge Diaghilev, com traje inspirado no original de Coco Channel, não deixo de ficar surpreendido com a prestação "pós-moderna" de John Lennon da Silva e o seu traje de menino da rua.

iPad 2




Ontem (dia 2 de Março) foi mesmo apresentado o iPad 2. Num mundo em que dezenas destes tablets são lançados semanalmente, que interesse tem um novo iPad, que pouco traz de novo em relação ao modelo anterior? Para começar, um pouco mais de definição, melhor ecrã, mesmo tempo de duração da bateria, sistema operativo revisto, câmara frontal, maior capacidade de processamento. O 2 não vem revolucionar, como o primeiro, nem estabelecer um novo padrão de computação, que a Microsoft já tinha experimentado, sem sucesso (culpa do seus pesado sistema operativo) em 2003. O 2 vem apenas reposicionar a Apple no segmento, repondo alguma da vantagem que esta detinha e que a pouco se ia esbatendo face aos seus rivais. Continua a faltar uma porta USB, uma ranhura para cartões, uma saída HDMI... Em suma, quer-me parecer que a Apple limitou a colocar no 2 o que de melhor tem o iPhone 4, juntando o processador A5 e a interface Thunderbolt que recentemente havia sido apresentada nos novos MacBook Pro. Parece que ontem, em Palo Alto, se comentava que lá para Setembro deve sair um iPad 3 que, esse sim, deverá ser HD, ter porta USB e a tal ranhura para cartões.

Mas então, qual a pressa de lançar este 2? Em primeiro lugar, porque essa tem sido a estratégia da Apple: não oferecer mais do que o estritamente necessário. Isso permite que, sem abrir o seu SO a terceiros, manter uma compatibilidade satisfatória entre versões de hardware, sem que o utilizador tenha de acompanhar cada evolução técnica (os actuais proprietários de iPhone 3 ainda conseguem instalar a mais recente evolução do SO, com algumas restrições de aplicações, como o Facetime, por exemplo). Isso sucede igualmente nos MacMini, nos MacBook, iBook, etc. Em segundo lugar, porque pode perfeitamente suceder que Steve Jobs não sobreviva a Setembro e era importante que fosse ele a apresentar a nova máquina que coloca o iPad ao nível do iPhone 4 e do iPod. Em terceiro lugar, menos importante para o utilizador, mas muito importante para Jobs e para a Apple, porque as acções da companhia estavam a ressentir-se dos rumores que vêm ditando o seu afastamento e ontem bastou que o criador tivesse aparecido por breves instantes na sala para que os mercados se manifestassem de forma positiva, sobretudo depois de terem sido anunciados os resultados das vendas iTunes em 2010.

Dificilmente, depois de ontem, quem ainda não tem um iPad quererá não ter um. Por outro lado, quem tem o primeiro, provavelmente não se justifica que invista no segundo. É que, estamos em crer que as novidades não justificam um novo investimento. Ou a macmania fará das suas? That is the question.