não digo a ninguém
Não falo
de cristais de diamante
Noite fora, fria e nua
Levanta-se a lua
desfio enredos planetários
grito ao vento da rua
Desperto
dedos em laço
um organismo de sonho
estremeço. Floresço
Pende para Sul um peito inundado de vento
O mar da minha alma é um labirinto de ondas que se entrelaçam e se desfazem, de crepúsculos que se desvanecem e renascem.
A embarcação da minha mente balança sobre águas inquietas
à procura de margem que nunca alcança.
A verdade e a ilusão confundem-se no jogo de luzes e sombras que o luar cria sobre o mar.
E eu, o navegador solitário, pergunto-me se o que vejo é real
ou uma ilusão do mar da minha alma
Chuva minuciosa
Cai. caiu
Presente. passado
Flor viçosa
Cor de rosa
Encarnado debotado
Violeta fogosa
Cores ao acaso
Os meus livros são os meus olhos
o meu rosto no espelho
as minhas têmporas a latejar
são Eu
As palavras que não escrevi
suspensas no tempo
embrulhadas em folhas
Vozes caladas
Antes assim
Ecos
mudos para sempre